O avanço da tecnologia transformou profundamente a forma como interagimos com máquinas e computadores. Por muito tempo, aprender a programar foi considerado uma habilidade essencial para quem desejava ingressar no mundo tecnológico. Entretanto,
com o desenvolvimento da inteligência artificial (IA), esse cenário mudou. Em vez de todos se tornarem programadores, o objetivo agora é criar tecnologias que compreendam a linguagem humana e realizem tarefas de forma automática, sem a necessidade de
comandos complexos.
Para entender essa mudança, é importante refletir sobre os conceitos de “código” e “conhecimento” no contexto atual. O “código” representa as instruções em linguagens específicas, necessárias para que as máquinas realizem tarefas. Já o “conhecimento”
refere-se ao entendimento de como essas tarefas podem ser aplicadas de maneira prática em diversas áreas, como biologia, educação, manufatura e agricultura. Com a Nova Era da Tecnologia Intuitiva, o código, antes restrito a especialistas, torna-se acessível a qualquer pessoa com conhecimento específico em uma área, graças ao poder da IA em entender e executar comandos baseados em linguagem humana.
Segundo Jensen Huang, CEO da Nvidia, essa mudança radical possibilita que a programação se torne invisível e intuitiva, colocando a tecnologia ao alcance de qualquer um que possua expertise em um campo específico. A tecnologia intuitiva permite que o usuário comum se comunique diretamente com a máquina em seu próprio idioma, e a IA compreende e executa essas demandas. Esse fenômeno é visto como um “milagre” da inteligência artificial, pois elimina barreiras técnicas e transforma o processo de interação em algo natural e menos técnico.
Essa nova abordagem não descarta o conhecimento tecnológico; ao contrário, redefine o que significa ser “alfabetizado digitalmente”. Agora, em vez de saber programar, as pessoas precisam entender como aplicar a tecnologia em suas áreas de atuação. Essa mudança de foco para a capacitação, ou “upskilling”, permite que indivíduos de diferentes áreas explorem ao máximo o potencial das novas ferramentas, utilizando a tecnologia de forma produtiva e eficaz.
O conceito de “upskilling” é essencial nessa visão: trata-se de equipar as pessoas com habilidades para utilizar e aplicar tecnologias avançadas em suas profissões. De acordo com Huang, esse processo de capacitação será “prazeroso e cheio de surpresas”, uma vez que, em vez de longas horas de treinamento em linguagens de programação, as pessoas terão uma experiência mais intuitiva e satisfatória ao interagir com tecnologias que entendem seu idioma e suas intenções.
Portanto, o ponto central dessa nova era é a redefinição do que significa ser “competente tecnologicamente”. Em um mundo onde a IA torna a programação acessível e transparente, o diferencial verdadeiro passa a ser a capacidade de resolver problemas específicos de forma criativa e eficaz, usando a tecnologia como uma aliada intuitiva e acessível.
Autor: Kildere Sobral Irineu – Análise e Desenvolvimento de Sistemas, MBA – Gestão Empresarial e Administração de Empresas.